Em 22 de março, não por acaso o Dia Mundial da Água, a Prefeitura de Belo Horizonte anunciou o enquadramento das águas da Lagoa da Pampulha na classe 3 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). O que isso quer dizer? Que as águas desse cartão postal de Belo Horizonte apresentariam condições mínimas para receber esportes náuticos e pesca amadora.

A notícia foi dada após cerca de um ano do início do tratamento químico das águas da Pampulha, projeto orçado em R$ 30 milhões.

pampulha limpeza

Mas, afinal, o que é essa classificação do Conama?

O Conselho Nacional de Meio Ambiente classifica a água segundo sua composição físico-química e determina faixas (classes) em que, de acordo com a concentração de determinadas substâncias, as águas podem ter diferentes destinos.

Classificação do Conama

Classe especial

Águas destinadas ao consumo humano com desinfecção; e à preservação das comunidades e ambientes aquáticos em unidades de conservação.

Classe 1

Águas destinadas ao abastecimento humano após tratamento simplificado; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário como natação, esqui e mergulho; à irrigação de hortaliças e frutas consumidas cruas; á proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas.

Classe 2

Águas destinadas ao abastecimento humano após tratamento convencional; à proteção das comunidades aquáticas; à recreação de contato primário (natação, esqui e mergulho); à irrigação de lavouras e de locais de lazer; à aquicultura e atividades de pesca.

Classe 3

Águas destinadas ao abastecimento após tratamento avançado; à irrigação de árvores, cereais e forrageiras; a recreação de contato secundário (esportes náuticos, a pesca aladora); ao consumo por animais.

Classe 4

águas destinadas apenas a navegação e a harmonia paisagística.

 

Segundo as especificações do Conama, portanto, não se deve ter contato direto (primário) com as águas da pampulha (nadar ou atividades recreativas de qualquer tipo) tampouco consumir os peixes pescados.

O anúncio do enquadramento da Lagoa da Pampulha na classe 3 do Conama foi recebido com desconfiança por grande parte da população, que se manifestou nos meios impressos e nas redes sociais com muitos relatos da presença de lixo, mau cheiro, despejo de esgoto, entre outros problemas relacionados à qualidade da água da lagoa.

pampulha esgoto

Existe uma meta estipulada pela prefeitura e pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) de que, até o mês de julho de 2017, 95% do esgoto despejado na área da bacia da Pampulha seja devidamente coletado. Segundo  a Copasa, as obras para a conclusão de mais 13 quilômetros de rede que vão permitir alcançar o objetivo estão em curso.

Ainda há outros desafios, como a abertura de nova licitação e contratação de empresa para dar continuidade ao tratamento das águas da Pampulha, uma vez que o atual contrato vence no final de 2017.

Alcançar níveis mais apurados de qualidade das águas da Pampulha é um grande desafio. Atingir os resultados e metas traçadas pela prefeitura seria um grande acontecimento.

A divulgação do enquadramento das águas da Lagoa na classe 3 é motivo para comemorar. Mas é inegável que há muito o que fazer e basta circular pela orla da Pampulha para constatar que o lixo, o mau cheiro, o esgoto são uma triste realidade.

Ter uma Pampulha limpa, navegável, poder pescar e consumir seus peixes, ter um ecossistema saudável e poder desenvolver práticas sustentáveis apoiando-se no potencial hídrico e ambiental proporcionado pela lagoa seriam sem sombra de dúvidas benefícios dos quais desfrutariam não somente os moradores da região e as pessoas que frequentam a Pampulha, mas toda BH e Região.

Que o poder público e a sociedade se mobilizem.  O Grupo Hídrica se somará a essas forças para que juntos possamos alcançar essa meta.

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