Dois terços da superfície terrestre são compostos por água. Três quartos do corpo humano também. E há alguns produtos da indústria de cosméticos que chegam a ter 90% de água na sua composição.

Os dois primeiros dados fazem parte do senso comum.

São ensinados às crianças nas escolas como forma de conscientizar e demonstrar a importância da água para os seres humanos.

Já o último dado — sobre a presença da água na formulação de cosméticos — passa batido pela maior parte dos profissionais do ramo. Ou, pelo menos, não recebe a devida atenção.

A regulamentação da ANVISA

Em outubro de 2013, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou o seu Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes (RDC 48).

Essa norma fecha o cerco sobre a água utilizada pela indústria de cosméticos, tirando das mãos das empresas do setor a possibilidade de utilizar simplesmente a água de abastecimento disponível para sua produção, demandando e colocando sob força de lei um polimento final de caráter físico-químico e microbiológico dessa água.

Em outras palavras, para que a água seja utilizada pela indústria de cosméticos na produção dos cosméticos, não basta mais que ela seja potável.

Mas de onde vem essa preocupação? O que está em jogo é apenas a saúde do consumidor final? Ou esse marco para a produção das bases e ativos do setor pode beneficiar a indústria de cosméticos também?

É esse assunto que vou discutir nas próximas linhas:

A água da indústria de cosméticos

A maior parte dos consumidores finais, quando ouve a palavra “cosméticos”, pensa em hidratantes e xampus.

No entanto, uma variedade muito maior de produtos, como lenços umedecidos, maquiagem, demaquilantes, sabonetes, cremes dentais, bem como outros produtos aplicadas diretamente sobre mucosas e regiões sensíveis, entram na mesma categoria.

Num cenário como esse, o uso de água de qualidade desde o início não apenas evita complicações no cliente final — como reações alérgicas e irritações — como pode melhorar muito a performance do cosmético.

A quantidade e a etiologia dos sais dissolvidos na água, o seu pH e outros fatores precisam ser controlados e ajustados por meio de processos de tratamento, como sistemas desmineralizadores ou deionizadores, filtros físicos para retirada de sólidos em suspensão, elementos filtrantes para matéria orgânica e cloro, só para citar alguns.

No final das contas, após quase cinco anos da nova regulamentação da ANVISA, muitas empresas ainda não contam com sistemas adequados de tratamento para cada particularidade da água utilizada em sua produção.

Se até 2013 isso se tornava apenas causa de cosméticos de qualidade inferior, com a nova portaria passa a ser motivo de multas e até mesmo interdição da produção.

Em outras palavras: já há um bom tempo sua empresa deve ter cuidado redobrado com a qualidade da água que usa para a produção.

O uso direto e indireto da água

A importância do uso da água diretamente nos produtos da indústria de cosméticos (e também em diversos outros setores) acabou mais evidenciada depois dessa resolução da ANVISA, uma vez que, sob meu ponto de vista, a água é uma das principais matérias-primas em quase todos os processos de produção.

No entanto, há outro aspecto que essa mudança envolve e que pouca gente no ramo se dá conta: o uso indireto da água na produção.

Ela é utilizada para lavar e esterilizar equipamentos, para a higiene das mãos e vestimentas da sua equipe de produção e muito mais.

Nos termos da própria ANVISA: “Devem existir procedimentos e registros da operação, limpeza, sanitização, manutenção do sistema de tratamento e distribuição da água”.

São determinações específicas e rígidas, mas conseguir cumpri-las não tem apenas a função de te regularizar perante a fiscalização. Esse é um marco que pode significar a profissionalização e o salto de qualidade dos produtos que você oferece.

Enfim, uma água de características padronizadas facilitará também a padronização da qualidade final de seu produto.

Nós, do Grupo Hídrica, defendemos um uso sustentável, correto e profissional da água na indústria de cosméticos e em outros setores. Fazendo isso, o resultado só pode ser mais rigor, transparência e competitividade para a sua empresa!

Quer saber um pouco mais a respeito da documentação básica requerida pela ANVISA para uma empresa do ramo de cosméticos funcionar? Não deixe de conferir o meu artigo sobre o assunto!