O Brasil é um país sabidamente generoso em recursos naturais, sobretudo a água. Contudo, a distribuição dela em nosso país não acontece de forma regular. Além disso, os diferentes usos da água são uma das coisas que justificam a importância da regeneração com sistema abrandador.

A água cuja quantidade de bicarbonatos, carbonatos, sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio dissolvidos supera determinado patamar é chamada de água dura. E quanto maior a quantidade desses sais, mais dura ela é, e mais prejudicial pode ser.

Quando dizemos prejudicial, não nos referimos apenas a problemas de saúde. A água com alto teor de determinadas substâncias incrusta tubulações, estraga máquinas e gera uma série de pequenos transtornos que se convertem em grande prejuízo.

O objetivo deste artigo é ajudá-lo a lidar com esses problemas por meio do sistema abrandador. Os que ainda não conhecem essa solução para filtragem da água calcária, vão ter seu primeiro contato com ele.

Aqueles que já o utilizam em suas empresas e residências, vão aprender sobre como é realizada a regeneração do sistema abrandador, além de compreender suas partes e funcionamento de maneira bem prática, organizada em um passo a passo. Acompanhe!

O que é e para que serve o sistema abrandador

O sistema abrandador é a solução para os altos teores de calcário encontrados na água em determinadas regiões do Brasil. O processo de remover sais minerais, principalmente cálcio e magnésio da água, é denominado “abrandamento”.

Um sistema abrandador, portanto, pode se pagar muito facilmente, apenas evitando gastos com reformas em sistemas hidráulicos, consertos e assistência técnica (muitas vezes caríssima) de equipamentos avançados que a água calcária danifica com o tempo.

São sistemas compactos e de baixo custo. Podem ser instalados em residências e empresas, são de fácil manutenção e proporcionam água pura e cristalina, economia e qualidade de vida.

Uma das características mais conhecidas do calcário é que ele incrusta mais rapidamente conforme a temperatura vai aumentando. Isso explica porque equipamentos como autoclaves exigem água desmineralizada, assim como por que alguns fabricantes de painéis solares condicionam a garantia do produto ao uso de água pré tratada por um abrandador.

Existem tecnologias alternativas que não removem o CaCO3, mas eliminam seu efeito incrustante. No entanto, até onde vão nossas pesquisas sobre o assunto, o sistema abrandador ainda é a forma mais simples e barata de remover sais minerais da água.

Entenda melhor esse sistema abaixo, e veja como é possível realizar sua regeneração.

As partes de um sistema abrandador

Estes são os itens que compõem um sistema comum de abrandamento de água:

  • válvula redutora de pressão ou bomba de pressurização;
  • manômetro;
  • carcaça de particulado;
  • hidrômetro;
  • coluna abrandadora;
  • tanque regenerativo.

Dependendo da origem da água, um sistema abrandador pode ser composto, no local de entrada da água vinda do cano, de uma válvula redutora de pressão ou uma bomba de pressurização. A escolha entre um e outro depende da pressão da água de origem.

Junto a elas, é acoplado um manômetro, aparelho que faz a medição da pressão da água enquanto ela passa pelo equipamento. Há também uma carcaça de particulado que, como o nome indica, serve para reter partículas de areia, barro, terra e outras sujidades antes que entrem no sistema abrandador.

O hidrômetro serve para realizar a medição do volume de água utilizado. Quanto à coluna abrandadora, é dentro dela que ocorre o processo de abrandamento propriamente dito. Essa coluna fica contida dentro de um tanque regenerativo.

Assim, o abrandamento ocorre com a água vinda das instalações hidráulicas da residência ou empresa e chegando imediatamente à carcaça de particulado. Depois de filtrada ali, ela entra no sistema e é abrandada dentro da coluna abrandadora, ficando armazenada no tanque e, posteriormente, saindo pela outra extremidade.

Para dividir essas etapas, o sistema conta com registros de entrada e saída da água.

Como é feita a sua regeneração

Então, o que é e por que é necessária a regeneração do sistema abrandador? A resposta a essa pergunta é simples: com o tempo, ocorre o saturamento da coluna abrandadora com o calcário acumulado ao longo de diversos ciclos de abrandamento.

A regeneração é o processo de desentupimento dessa coluna. Esse processo é simples e pode ser realizado sem a necessidade de assistência técnica da empresa fabricante do sistema abrandador.

Abaixo, explicamos o passo a passo para você mesmo realizá-lo. Mas, antes disso, é necessário saber como criar a solução regenerante que purificará o sistema, o que é bem simples.

Trata-se de uma solução de água e sal sem iodo. A quantidade dessa substância varia conforme a quantidade de resina utilizada no sistema abrandador. São 120 gramas de sal para cada litro de resina, e o valor total da solução deve ser igual ao da quantidade de resina. Por exemplo, se são 25 litros de resina, você vai precisar de 120 litros de solução.

Depois e preparada a solução regenerante, basta seguir os passos abaixo para realizar a regeneração do sistema abrandador.

Passo 1: teste de dureza de entrada

A primeira coisa que você deve saber é como está a qualidade da água que entra no sistema. Ou seja, deve ser feito um teste de dureza de entrada. Para isso, você vai precisar de 50ml da água a ser analisada, 20 gotas do reagente C e uma pitada do reativo E (clorímetro).

Provavelmente, ao adicionar esses reagentes, a água da amostra vai se tornar roxa ou rosada. Em seguida, você deve adicionar o reativo D, cuja finalidade é medir a quantidade de carbonato de cálcio dissolvido na água.

Cada gota desse reativo acusa 1 ppm (parte por milhão) do mineral, então, tudo que você tem a fazer é contar as gotas necessárias para que a água passe da cor roxa ou rosada para o azul. Por exemplo, se forem utilizadas 50 gotas, significa que temos 50 ppm de carbonato de cálcio dissolvido na água.

Fique atento a isso, porque é com base nesses valores que você vai utilizar a quantidade de resina, água e sal no processo de regeneração.

Passo 1: retrolavagem

Gire a válvula até a posição backwash, que designa a retrolavagem do equipamento. Deixe isso acontecer por 5 minutos.

Passo 2: aspiração da solução

Uma vez cumprida a etapa anterior, gire a válvula novamente, agora até a posição brailes low R e aguarde até que toda a solução seja aspirada.

Passo 3: retirada da solução

Gire novamente a válvula até a posição fast rinse. Ao realizar essa rinsagem, garanta que o hidrômetro meça 2 litros de água para cada litro de resina. Assim, seguindo o nosso exemplo, se o equipamento tem 25 litros de resina, devem ser utilizados 50 litros de água.

Passo 4: teste da qualidade da água

Retorne a válvula à posição service. Então, abra o registro de saída do equipamento.

Colete novamente 50ml de água e repita com ela o processo descrito no passo 1 deste processo. Ao adicionar os reagentes C e E, ela deve ficar azul imediatamente. Isso mostra que a água está isenta de cálcio e magnésio.

Se conseguir seguir esse tutorial à risca, você não apenas conseguirá aumentar a vida útil do seu equipamento, mas também evitará ter que contratar a assistência para realizar o processo. Ou, seja, terá economia dupla.

Os padrões de dureza para consumo humano

Vale a pena esclarecer algumas coisas sobre a dureza da água para consumo humano e para uso em empresas.

Segundo os valores estipulados pela Portaria 2.914 — posteriormente revogada pela Resolução n° 5 — o nível máximo de dureza total da água própria para consumo humano, medida em calcário (CaCO3) dissolvido, é de 500 mg/l.

O uso industrial da água, no entanto, tem padrões muito diferentes. A água utilizada em hospitais, por exemplo, demanda valores muito mais baixos, principalmente aquela utilizada na hemodiálise.

Ou seja, você deve estar atento aos valores especificados nos documentos da Consolidação n° 5 e, claro, se quiser tirar alguma dúvida com o Grupo Hídrica, nossos especialistas estão prontos para atendê-lo.

Sobre o Grupo Hídrica

Mesmo com tratamento adequado, a água das companhias de saneamento chega a seu destino contendo elementos e partículas.

Isso significa que ainda é necessário um tratamento especial, a fim de alcançar o nível de purificação exigido para finalidades como hemodiálise e manipulação de medicamentos em farmácias e laboratórios, produção de cosméticos e outros.

Há 30 anos no mercado, o Grupo Hídrica especializou-se em oferecer serviços e produtos de qualidade, especializando-se no desenvolvimento de sistemas de tratamento de água, dos mais simples aos mais complexos.

Desenvolvemos projetos e dispomos de materiais e equipamentos para processos de filtração, como a Osmose Reversa. Veja, abaixo, alguns dos serviços que oferecemos:

  • controle microbiológico total;
  • processos de sanitização, desinfecção e lavagens químicas;
  • montagem e instalação de sistemas de filtros e microfiltros, deionizadores, desmineralizadores e abrandadores;
  • instalação e manutenção de sistemas de desinfecção por ultravioleta (UV);
  • plantão permanente para atendimento de emergência;
  • venda e manutenção de instrumentos de medição;
  • projetos de água específicos para aprovação da vigilância sanitária;
  • treinamento especializado para operação de equipamentos.