Na rede de abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte destacam-se dois grandes sistemas integrados: o Paraopeba e o Rio das Velhas. Nesta publicação, dividida em duas partes, relataremos de forma resumida o caminho da água até a sua torneira, percorrendo esses dois sistemas.

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o caminho da água partindo de BH

O Rio Paraopeba é um dos mananciais da grande bacia hidrográfica do São Francisco e é o responsável por abastecer a Represa Três Marias. Não se destaca por possuir águas caudalosas, ou poços profundos, essas características surgem apenas em períodos de fortes chuvas. Isso é explicado pelo nome Paraopeba, que na tradução do tupi significa: “rio de águas rasas e pouca profundidade”. Seu curso abrange 537 quilômetros.

O território banhado pelo Paraopeba e seus afluentes abarca 48 municípios e um dos principais pólos industriais do estado, na região de Betim, e minerários, nos arredores de Congonhas. Atinge uma área que abrange mais de 2 milhões de habitantes na bacia, 62,4% deles sem tratamento de esgoto doméstico, segundo a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). Nesses casos, os dejetos são lançados diretamente nos córregos, ou seguem caminhos tortuosos até atingir o lençol freático.

O sistema Paraopeba, que leva o nome desse Rio, resulta da reunião de três sistemas produtores, com captações nas barragens dos rios Vargem das Flores, Serra Azul e Manso e é responsável por 17% do abastecimento da capital mineira, respondendo, também, por 30% da água que a Copasa distribui para BH e outras 16 cidades da Região Metropolitana.

Nos últimos meses, o Sistema Paraopeba enfrentou graves problemas. Devido à estiagem e à aguda crise hídrica, no primeiro trimestre de 2015, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) chegou a decretar situação de restrição de consumo em todas as captações do complexo Paraopeba.

Também em 2015 foi dado início à obra apontada como a mais importante para solucionar os problemas de abastecimento de água na capital mineira: a transposição de águas do Rio Paraopeba, em Brumadinho, para a região da capital, abastecida pelo Sistema Rio Manso, que, segundo se estima, deve incrementar com 4 mil litros por segundo os reservatórios da Região Metropolitana.

Com a escassez de chuvas, que não foram capazes de repor os níveis dos reservatórios, o Sistema Paraopeba tem cumprido, até o momento, o seu papel de abastecer BH e Região Metropolitana e outras cidades no seu curso, muitas vezes compensando outros sistemas que são abastecidos com suas águas.

Lamentavelmente, as informações sobre os sistemas de abastecimento de água em nossa região estão pulverizadas em diferentes publicações, muitas delas tratadas com uma linguagem técnica, distante do público, e pouco didáticas.

Consideramos o conhecimento de nossas bacias hidrográficas, suas fontes e finalidade, algo primordial para a sua preservação e respeito com a água.

Em nossa próxima publicação, trataremos do Sistema Rio das Velhas, outro grande responsável pelo abastecimento hídrico de BH e Região.

Fontes: COPASA; reportagens do Jornal Estado de Minas de setembro de 2012; Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM); site brasil247.com

 

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